A ESCOLA DOS ANNALES (A Nova História)
A Escola dos Annales também conhecida como a Nova História, foi um movimento historiográfico que se desenvolveu a partir da década de 1920 na França. Foi fundado por Lucien Febvre e Marc Bloch, dois historiadores que buscavam renovar os métodos e abordagens utilizados no estudo da história.
Datas importantes na história da Escola dos Annales incluem o ano de 1929, quando foi fundada a Revue des Annales d'Histoire Economique et Sociale, uma revista que se tornaria o principal veículo de divulgação do movimento. Em 1938 Bloch publicou seu livro "Apologia da História ou o Ofício do Historiador, que se tornou uma obra fundamental para a compreensão da proposta da Escola dos Annales. Outra data importante é o ano de 1949, quando Fernand Braudel publicou sua obra "O Mediterrâneo e o Mundo Mediterrâneo, na Época de Filipe II, que se tornou uma referência para a abordagem estruturalista do movimento.
Personagens importantes na Escola dos Annales incluem além de Lucien Febvre, Marc Bloch e Fernand Braudel outros historiadores como Jacques Le Goff, Georges Duby, Philippe Ariès, entre outros. Esses historiadores foram responsáveis por difundir às ideias e metodologias da Escola dos Annales, e influenciaram gerações de historiadores ao redor do mundo.
A cultura e a formação dos historiadores da Escola dos Annales foram marcadas por uma abertura para outras disciplinas e uma valorização da história social econômica e cultural. Diferentemente da história política tradicional, esses historiadores buscaram estudar as estruturas e as transformações sociais de longa duração, de forma a compreender as dinâmicas históricas de maneira mais ampla.
Em termos de religião, a Escola dos Annales adotou uma postura laica e secular, buscando compreender a história a partir de fatores sociais, econômicos e culturais, em vez de uma perspectiva teológica.
A estrutura metodológica da Escola dos Annales, baseava-se na utilização de fontes diversas, desde documentos oficiais e registros administrativos até materiais iconográficos e testemunhos orais. Os historiadores buscavam uma abordagem multidisciplinar, fazendo uso de teorias e conceitos provenientes de disciplinas como a sociologia, a geografia, a economia e a antropologia.
Os temas abordados pelos historiadores da Escola dos Annales foram variados, englobando história econômica história, social história cultural, história das mentalidades entre outros. Ao estudar a história por meio de perspectivas múltiplas, a Escola dos Annales contribuiu para a compreensão das sociedades e das dinâmicas históricas em um contexto mais amplo.
Alguns teóricos importantes associados à Escola dos Annales incluem os próprios fundadores Lucien Febvre e Marc Bloch, que enfatizavam a importância da história como uma ciência social. Fernand Braudel por sua vez, foi um dos principais expoentes da abordagem estruturalista, enfatizando a longa duração e as estruturas sociais presentes na história. Jacques Le Goff destacou-se por seus estudos sobre a história medieval, enquanto Georges Duby enfocou principalmente a história social e a história das mentalidades.
Em relação à educação, a Escola dos Annales contribuiu para a renovação dos programas de ensino de história, estimulando uma abordagem mais ampla e interdisciplinar do conhecimento histórico. Além disso, os historiadores da Escola dos Annales também influenciaram a formação de uma nova geração de historiadores ao redor do mundo, que incorporaram suas ideias e metodologias em suas pesquisas e estudos.
Quanto à política, a Escola dos Annales adotou uma postura crítica em relação à história política tradicional, buscando compreender as estruturas e as dinâmicas sociais que moldam a política. Os historiadores da Escola dos Annales, também se interessaram pela história das mentalidades e das representações analisando como as ideias, e os discursos influenciam a formação das identidades políticas.
No campo da economia os historiadores da Escola dos Annales dedicaram-se ao estudo das estruturas econômicas e das transformações nos modos de produção ao longo do tempo. Influenciados pela escola marxista e pela história econômica quantitativa, esses historiadores buscaram compreender as relações entre economia sociedade e cultura.
Em relação à literatura, a Escola dos Annales valorizou a utilização de fontes literárias como complemento às demais fontes históricas, buscando compreender as representações e as mentalidades presentes nas obras literárias.
A Escola dos Annales também promoveu uma reflexão ética sobre a prática historiográfica, buscando evitar posições de cunho ideológico e comprometidas com interesses partidários. Os historiadores da Escola dos Annales defendiam a necessidade de uma análise objetiva e imparcial dos fatos históricos, evitando interpretações tendenciosas e preconceituosas.
Em termos de citações e referências bibliográficas, os historiadores da Escola dos Annales enfatizaram a importância da utilização adequada das fontes e da bibliografia consultada. Eles procuraram fundamentar suas análises com base em uma ampla gama de trabalhos acadêmicos, citando e referenciando corretamente as obras utilizadas em suas pesquisas.
Em resumo, a Escola dos Annales foi um movimento historiográfico que revolucionou a forma de estudar e compreender a história. Sua abordagem multidisciplinar, sua preocupação com a longa duração e a sua valorização das estruturas e das transformações sociais, marcaram um novo paradigma na historiografia.
Sérgio Rocha
Possui graduação em Licenciatura em História pelo Centro Universitário Internacional - UNINTER (2018) Bacharel TEOLOGIA - FAETEB (1999). Pós Graduado em História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena pelo Centro Universitário Internacional - UNINTER (2019). Pós Graduado em Metodologia do Ensino de História UNINTER (2021). Pós Graduando em Jornalismo Digital.
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