Pular para o conteúdo principal

O HISTORICISMO ALEMÃO: História, Metodologia..

O HISTORICISMO ALEMÃO: História, Metodologia.


O historicismo alemão é um movimento intelectual que surge no século XIX e se difunde por toda a Europa e América. Esse movimento surgiu em resposta ao Iluminismo, e à época moderna que eram tidos como superficiais e desprovidos de profundidade intelectual. O historicismo alemão promovia a ideia de que a compreensão histórica era necessária para a compreensão da cultura e das sociedades.

As raízes do historicismo alemão remontam à obra de Johann Joachim Winckelmann o pai da arqueologia clássica, que examinou a arte e a arquitetura grega e romana com base em sua função na sociedade grega e romana. O historicismo alemão foi desenvolvido como uma abordagem eminente da educação, e uma visão de mundo. Ele enfatizava a importância do estudo da história e sua aplicação na compreensão das culturas humanas.

A partir da década de 1820 o historicismo alemão foi liderado por várias personalidades importantes incluindo Johann Gustav Droysen e Friedrich Meinecke. Esses filósofos e historiadores expandiram o conceito de historicismo para além da arqueologia clássica e o aplicaram a uma ampla gama de disciplinas incluindo literatura filosofia ciências sociais e ciências naturais. O historicismo alemão se tornou uma questão de metodologia revisionismo e uma crença num processo de mudança contínua na história.

Durante o século XIX, as universidades alemãs se tornaram centros de estudos historicistas. As universidades em Berlim Heidelberg e Göttingen, eram especialmente conhecidas por suas escolas historicistas. Essas escolas foram responsáveis por moldar mentes importantes, incluindo Heinrich von Treitschke Max Weber e Friedrich Nietzsche.

O historicismo alemão também afetou a história do comércio, cultura e formação na Europa. Os alemães aplicaram a abordagem historicista à economia, defendendo a proteção de indústrias nascentes e a promoção de políticas econômicas para conformar o país ao seu passado industrial. A filosofia do historicismo, desencadeou um movimento cultural que resultou em uma intensa atividade artística e literária, que resultou em obras de Goethe Schiller Marx e Engels. A abordagem histórica também foi fundamental para a formação das nações modernas europeias, e se refletiu na redação das constituições modernas.

O historicismo alemão criou uma nova metodologia de análise histórica enfatizando o estudo e a compreensão do contexto histórico em que os eventos ocorreram. Essa abordagem se tornou fundamental para a pesquisa histórica especialmente em áreas como a história social e cultural. Os historiadores adotaram a abordagem historicista para criar narrativas influentes sobre os processos históricos que moldaram a Europa e o mundo.

Em resumo o historicismo alemão foi um movimento intelectual importante que teve um impacto significativo em várias disciplinas. Sua abordagem histórica tornou-se fundamental para compreender a cultura e a história como também nas ciências sociais e humanas. O historicismo alemão criou uma nova metodologia de pesquisa histórica que é frequentemente utilizada ainda nos dias atuais.


Sérgio Rocha

Possui graduação em Licenciatura em História pelo Centro Universitário Internacional - UNINTER (2018) Bacharel TEOLOGIA - FAETEB (1999). Pós Graduado em História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena pelo Centro Universitário Internacional - UNINTER (2019). Pós Graduado em Metodologia do Ensino de História UNINTER (2021). Pós Graduando em Jornalismo Digital.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SOBRE DIREITO NA ANTIGUIDADE: As leis de Manu e as leis de Hamurabi

SOBRE DIREITO NA ANTIGUIDADE: As leis de Manu e as leis de Hamurabi As leis de Manu e as leis de Hamurabi são dois importantes conjuntos de códigos de leis que foram desenvolvidos e implementados em diferentes regiões do mundo antigo.  As Leis de Manu, também conhecidas como Manava Dharma Shastra ou Código de Manu, são um conjunto de leis e princípios morais originários da Índia antiga. Acredita-se que tenham sido escritas entre o século II a.C. e o século II d.C., e são atribuídas a Manu, o lendário primeiro homem e legislador da mitologia hindu. Essas leis desempenharam um papel fundamental na organização da sociedade hindu, definindo estratificações sociais, direitos e responsabilidades, bem como os deveres religiosos dos indivíduos. Já as Leis de Hamurabi, também conhecidas como Código de Hamurabi, são um conjunto de leis da antiga Mesopotâmia, e foram promulgadas pelo rei amorita Hamurabi, que governou a Babilônia entre 1792 a.C. e 1750 a.C. Esse conjunto de leis é composto po...

A ESCOLA DOS ANNALES (A Nova História)

A ESCOLA DOS ANNALES (A Nova História)  A Escola dos Annales também conhecida como a Nova História, foi um movimento historiográfico que se desenvolveu a partir da década de 1920 na França. Foi fundado por Lucien Febvre e Marc Bloch,  dois historiadores que buscavam renovar os métodos e abordagens utilizados no estudo da história. Datas importantes na história da Escola dos Annales incluem o ano de 1929, quando foi fundada a Revue des Annales d'Histoire Economique et Sociale, uma revista que se tornaria o principal veículo de divulgação do movimento. Em 1938 Bloch publicou seu livro "Apologia da História ou o Ofício do Historiador, que se tornou uma obra fundamental para a compreensão da proposta da Escola dos Annales. Outra data importante é o ano de 1949, quando Fernand Braudel publicou sua obra "O Mediterrâneo e o Mundo Mediterrâneo, na Época de Filipe II, que se tornou uma referência para a abordagem estruturalista do movimento. Personagens importantes na Escola dos A...

A REVOLTA DOS CIPAIOS (conflito ocorrido na Índia entre 1857 e 1858)

 A REVOLTA DOS CIPAIOS A Revolta dos Cipaios foi um conflito ocorrido na Índia entre 1857 e 1858. Também conhecida como a Primeira Guerra da Independência Indiana, a revolta teve um papel significativo no movimento de independência do país contra o domínio colonial britânico. A revolta teve início em 10 de maio de 1857 quando os soldados indianos conhecidos como cipaios, que faziam parte do exército da Companhia das Índias Orientais, se rebelaram contra seus oficiais britânicos. As causas da revolta foram diversas, incluindo a insatisfação dos cipaios com os tratamentos injustos a desconfiança em relação à utilização de cartuchos de rifle untados com gordura de porco e boi que iam contra suas crenças religiosas, e ressentimento contra a dominação britânica e suas políticas discriminatórias. A revolta se espalhou rapidamente para várias partes da Índia, envolvendo não apenas os cipaios, mas,  também civis indianos, líderes políticos e religiosos. Cidades importantes como Delhi ...