Pular para o conteúdo principal

REVOLUÇÕES MEXICANAS: Movimento Zapatista

REVOLUÇÕES MEXICANAS: Movimento Zapatista


O Zapatismo, também conhecido como Movimento Zapatista, teve início no México em 1994, liderado pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN). O nome do movimento é uma homenagem a Emiliano Zapata, líder revolucionário mexicano do início do século XX, conhecido por suas lutas em prol da reforma agrária e dos direitos dos camponeses.

O Zapatismo é fundamentado em uma série de conceitos e teorias que servem de base para suas demandas e estratégias. Esses conceitos incluem o direito à terra e à autonomia dos povos indígenas, a luta contra a exploração e opressão econômica, e a busca por uma sociedade mais justa e igualitária. Para os zapatistas, a revolução não deve ser imposta de cima para baixo, mas sim construída a partir das bases da sociedade.

A religião e a espiritualidade também desempenham um papel importante no Zapatismo, mas de forma pluralista. Os zapatistas valorizam as diferentes crenças e espiritualidades presentes em suas comunidades, sejam elas tradicionais ou de origem cristã. Essa abordagem respeita a diversidade cultural e religiosa das populações indígenas mexicanas.

Em termos de metodologia, o Zapatismo adota a chamada "participação comunitária", promovendo assembleias e conselhos populares onde todos têm a oportunidade de participar e se expressar. Essa metodologia busca criar espaços horizontais e igualitários de tomada de decisão, onde a voz de cada indivíduo é valorizada.

Quanto à ciência, o Zapatismo não rejeita o conhecimento científico em si, mas critica a forma como a ciência muitas vezes é aplicada de maneira opressora e alheia às necessidades das comunidades. Os zapatistas defendem uma ciência que esteja a serviço do povo e seja respeitosa com o meio ambiente.

Diversos argumentos e defensores embasam o Zapatismo. Entre eles, destacam-se Subcomandante Marcos, líder carismático do EZLN, e a filósofa e ativista mexicana Gloria Anzaldúa, que contribuíram com reflexões teóricas e práticas para o movimento. O Zapatismo também recebe apoio de diversas organizações e movimentos sociais em todo o mundo, que compartilham dos seus ideais e lutam por uma sociedade mais justa.

Os locais e pessoas envolvidas nos conflitos do Zapatismo são principalmente as comunidades indígenas do México, que lutam pelo direito à terra e à autonomia, em relação ao governo mexicano e empresas estrangeiras que exploram seus territórios. Conflitos e batalhas têm ocorrido ao longo dos anos, com episódios de violência e repressão, mas também de resistência e mobilização popular.

Existem várias datas importantes relacionadas ao Zapatismo. O dia mais emblemático é o 1º de janeiro de 1994, quando o EZLN lançou uma insurgência armada e ocupou diversas cidades no estado mexicano de Chiapas. Essa data marca o início do movimento Zapatista e é celebrada anualmente pelos simpatizantes. Outra data significativa é o Dia Internacional dos Zapatistas, comemorado em 17 de novembro, em memória do primeiro encontro público do EZLN em 1983.

Em relação às citações indiretas e diretas, é importante mencionar que existem várias frases célebres atribuídas a líderes zapatistas, como "Para todos, tudo; para nós, nada" e "Caminhando perguntamos". Essas citações sintetizam a busca por justiça e igualdade que motiva o movimento.

Por fim, é essencial citar as referências bibliográficas utilizadas na produção deste artigo. Algumas obras relevantes sobre o tema incluem "O Zapatismo e a Reinvenção da Prática Política" de Richard Stahler-Sholk, "Zapatismo na América Latina" de Peter L. St. Cyr e "A Luta pela Terra e a Nova Plantão" de John Womack Jr.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


Stahler-Sholk, Richard. O Zapatismo e a Reinvenção da Prática Política.

St. Cyr, Peter L. Zapatismo na América Latina.

Womack Jr., John. A Luta pela Terra e a Nova Plantão.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SOBRE DIREITO NA ANTIGUIDADE: As leis de Manu e as leis de Hamurabi

SOBRE DIREITO NA ANTIGUIDADE: As leis de Manu e as leis de Hamurabi As leis de Manu e as leis de Hamurabi são dois importantes conjuntos de códigos de leis que foram desenvolvidos e implementados em diferentes regiões do mundo antigo.  As Leis de Manu, também conhecidas como Manava Dharma Shastra ou Código de Manu, são um conjunto de leis e princípios morais originários da Índia antiga. Acredita-se que tenham sido escritas entre o século II a.C. e o século II d.C., e são atribuídas a Manu, o lendário primeiro homem e legislador da mitologia hindu. Essas leis desempenharam um papel fundamental na organização da sociedade hindu, definindo estratificações sociais, direitos e responsabilidades, bem como os deveres religiosos dos indivíduos. Já as Leis de Hamurabi, também conhecidas como Código de Hamurabi, são um conjunto de leis da antiga Mesopotâmia, e foram promulgadas pelo rei amorita Hamurabi, que governou a Babilônia entre 1792 a.C. e 1750 a.C. Esse conjunto de leis é composto po...

A REVOLTA DOS CIPAIOS (conflito ocorrido na Índia entre 1857 e 1858)

 A REVOLTA DOS CIPAIOS A Revolta dos Cipaios foi um conflito ocorrido na Índia entre 1857 e 1858. Também conhecida como a Primeira Guerra da Independência Indiana, a revolta teve um papel significativo no movimento de independência do país contra o domínio colonial britânico. A revolta teve início em 10 de maio de 1857 quando os soldados indianos conhecidos como cipaios, que faziam parte do exército da Companhia das Índias Orientais, se rebelaram contra seus oficiais britânicos. As causas da revolta foram diversas, incluindo a insatisfação dos cipaios com os tratamentos injustos a desconfiança em relação à utilização de cartuchos de rifle untados com gordura de porco e boi que iam contra suas crenças religiosas, e ressentimento contra a dominação britânica e suas políticas discriminatórias. A revolta se espalhou rapidamente para várias partes da Índia, envolvendo não apenas os cipaios, mas,  também civis indianos, líderes políticos e religiosos. Cidades importantes como Delhi ...

A ESCOLA DOS ANNALES: A primeira e segunda gerações dos Annales

 A ESCOLA DOS ANNALES: A primeira e segunda gerações dos Annales A Escola dos Annales foi um movimento intelectual francês que revolucionou o campo da história no século XX. Fundada por Marc Bloch e Lucien Febvre em 1929, a revista Annales d'Histoire Economique et Sociale se tornou o principal veículo de difusão dessa nova abordagem histórica. A primeira geração da revista, que durou até a década de 1950, foi caracterizada por uma crítica à história política tradicional e uma ênfase na história social e econômica. Os historiadores da Escola dos Annales buscavam analisar as estruturas sociais a longo prazo, rompendo com a visão historiográfica centrada nas grandes personalidades e eventos. Entre as datas importantes para a Escola dos Annales, destacam-se a publicação do primeiro número da revista em 1929, a fundação do Instituto de Pesquisas Históricas em 1946 e a consolidação da segunda geração da revista nos anos 1960. Alguns dos personagens importantes ligados à Escola dos Annale...